Hospitais privados registram alta de 30% na procura por atendimento; vírus da gripe e resfriado são principais causas
As emergências dos hospitais privados de Salvador estão enfrentando um aumento significativo no número de atendimentos relacionados à síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Segundo a Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHSEB), houve um crescimento de 30% no fluxo de pacientes com sintomas respiratórios mais severos.
De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), 191 pessoas já morreram por complicações da SRAG na Bahia somente em 2025, até o dia 9 de junho. Ao todo, foram registrados 5.007 casos da doença.
O aumento de casos está relacionado à maior circulação de vírus durante o outono e o início do inverno, além do comportamento da população, que tende a se aglomerar em locais fechados para se proteger do frio e da chuva, facilitando a transmissão.
O vírus Influenza H3N2 tem sido um dos principais agentes infecciosos neste período, como explica o infectologista Adriano Oliveira:
“Estamos enfrentando uma onda de infecções por Influenza H3N2, que pode causar complicações pulmonares graves. É bem mais perigoso do que os vírus comuns de resfriado.”
Apesar disso, os dados mostram que 53,5% dos casos de SRAG no estado foram causados pelo rinovírus, responsável pelo resfriado comum. O número chama atenção principalmente pelo impacto em crianças: 53,3% das vítimas são menores de idade, que ainda não possuem o sistema imunológico totalmente desenvolvido.
Os principais sintomas da SRAG incluem falta de ar, dor no peito, escurecimento dos lábios, dificuldade para respirar e falar. O tratamento pode envolver oxigenioterapia precoce, internação em UTI, fisioterapia respiratória e medicamentos antivirais.
Segundo Mauro Duran Adan, presidente da AHSEB, os hospitais privados estão reforçando suas equipes para dar conta da demanda.
“Temos um monitoramento constante do tempo médio de espera nas emergências e reforçamos os plantões com profissionais de folga sempre que há aumento da demanda”, afirmo