Mesmo com decisão judicial contrária, educadores mantêm greve que já dura 38 dias e exigem o pagamento do piso salarial
Os professores da rede municipal de ensino completam 38 dias de greve e agora enfrentam pressões para suspender o movimento como condição para a reabertura de negociações com a Prefeitura de Salvador. A possibilidade de um “recuo estratégico” voltou à pauta após o Sindicato dos Servidores do Município (Sindsep) encerrar sua paralisação na última quinta-feira (13).
Segundo Everaldo Braga, diretor-geral do Sindsep, a decisão da categoria foi tomada na expectativa de que o prefeito Bruno Reis cumpra a promessa de retomar o diálogo:
“Com a decisão tomada pela categoria, esperamos que o prefeito Bruno Reis possa garantir sua afirmação de que retomaria a negociação.”
A proposta de “recuar para avançar” já vinha sendo ventilada desde que o presidente da Câmara Municipal se dispôs a intermediar o conflito. O vereador Carlos Muniz, inclusive, afirmou:
“Se os professores encerrarem a greve, que foi dada como ilegal pela Justiça, eu, no outro dia, levo o sindicato para ser recebido pelo prefeito e iniciamos uma mesa de negociação.”
A greve foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça da Bahia no dia 30 de maio, decisão que foi mantida pelo STF nesta quinta-feira (12). O ministro Dias Toffoli entendeu que houve deflagração precoce do movimento, sem o cumprimento da notificação prévia exigida para serviços essenciais.
Apesar da pressão, a diretora da APLB, Ciclea Oliveira, afirmou que a greve continua até que a Prefeitura pague o piso salarial da categoria. Ela também negou que o fim da paralisação dos servidores interfira na decisão dos educadores:
“Entramos em greve antes deles, são movimentos diferentes. Não há motivo para encerrar sem avanço nas negociações.”
O impasse permanece e a expectativa é de que a próxima assembleia da categoria traga definições sobre os rumos do movimento grevista.