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CAJAZEIRAS E REGIÃO

Moradores de Cajazeiras reclamam de poluição em estação de tratamento

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Foto: Lucas Barbosa/Agência Mural

Buracos na via e falta de limpeza e manutenção regular na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) João de Barros, conhecida como “Pinicão”, são alguns dos motivos de transtornos para os moradores da rua Edmundo Cajazeiras, no bairro de Águas Claras, em Cajazeiras.

Há 27 anos no bairro, o pedreiro Joseval Lima Ribeiro, 43 anos, reclama dos trabalhos realizados. “Levaram um ano nesse asfalto, algo que não leva nem dois meses e só deixaram o passeio pronto, que logo foi destruído”.

Ele observa que a obra tem gerado outros problemas. “A prefeitura fez um passeio sem dreno. A água volta para dentro das casas. Agora acumula muito mato e mal cheiro”, reclama o morador.

Mas a maior indignação dos moradores é o fato da estação tratar o esgoto de outras localidades. “Nenhuma casa aqui tem esgoto que desce ali. Nosso esgoto passa por trás desta lagoa”, diz Joseval Lima.

Para Edson Reis, 38 anos, representante da associação de moradores, “há muitas instalações clandestinas que despejam água dentro da unidade de tratamento”. Os moradores alegam que foi planejada uma estação para a comunidade, mas essa demanda não foi atendida. Dada a situação, a reclamação principal tem sido a falta de fiscalização e manutenção da lagoa, onde é possível observar lixo e mato alto no entorno. “Eles construíram o pinicão há 26 anos com a promessa de que ia melhorar. Porque aqui era tudo brejo. Prometeram também uma estrada. Até construíram, mas está toda esburacada”, reclama Lima.

O risco de acidentes é outra preocupação. “Outro dia, o filho da vizinha foi correndo atrás de arraia, escorregou e caiu no Pinicão. Meu filho entrou para pegá-lo e ele quase morreu”, contou o lavador de ônibus José Henrique Filho, 53 anos.

Para o líder comunitário Edson Reis, que trabalha na construção civil , “uma placa de sinalização e uma rede de proteção resolveriam”, avalia. Sobre a sujeira acumulada na estação de tratamento, Reis avalia que decorre do processo de filtragem da água e das instalações clandestinas. “Para o tratamento funcionar, toda água deve passar primeiramente por uma estação de tratamento específica, onde tem contato com um produto que começa a agir na limpeza da água. Mas aqui é possível observar que existem várias instalações clandestinas dificultando a limpeza”, relata.

O biólogo Bruno Marchena explica os riscos e a importância da fiscalização do despejo irregular nas estações de tratamento. “Pode acarretar sérios riscos à saúde dos moradores. Também é preciso reavaliar a estrutura dessa estação, se o bairro cresceu e se é preciso melhorar o tratamento desse esgoto. É de responsabilidade da Embasa investigar”.

Em nota, a Embasa (Empresa Baiana de Água e Saneamento) diz que vem realizando, de forma rotineira, as ações de limpeza e manutenção na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) João de Barros.

Afirma ainda que essa ETE é composta por uma etapa de tratamento preliminar, que recebe manutenção diária, e de lagoas facultativas, que têm limpeza com equipamentos a vácuo, no mínimo, uma vez por mês.

Com relação à conservação geral das instalações da ETE, a Embasa garante que realiza limpeza e manutenção periódica no local e que tem, desde 2018, estreitado o contato com lideranças comunitárias do entorno para melhorar o atendimento.

Em relação a situação do asfalto das ruas, a Sucop (Superintendência de Obras Públicas) afirmou que a obra foi suspensa em razão da rescisão com a empresa licitada e será reiniciada nos próximos dias.

 

Fonte: Agencia Mural

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