E.C. BAHIA
Orgulhoso do Bahia, Enderson manda recado para o Furacão: “Tem que comemorar demais”

Publicado a
6 anos atrásem

O Bahia conseguiu quebrar a invencibilidade do Atlético-PR na Arena da Baixada, estádio onde a equipe paranaense não perdia há 13 partidas. Ainda assim, o Tricolor não saiu de campo classificado para a semifinal da Sul-Americana. O triunfo por 1 a 0 levou a decisão para os pênaltis, só que Zé Rafael e Vinícus erraram suas cobranças, e o Furacão foi eficiente para impedir o time baiano de fazer história na competição – o zagueiro Douglas Grolli marcou o único gol do jogo.
O técnico Enderson Moreira concedeu entrevista logo após a partida e parabenizou a equipe paranaense pela classificação. De forma irônica, ele lembrou que o Furacão conseguiu a vaga mesmo levando quatro gols do Bahia, sendo que três foram anulados – dois na Fonte Nova e um em Curitiba.
– Parabenizar o Atlético-PR. Hoje eles têm que comemorar demais. Acho que eles estão com aquela sorte de campeões, porque, na história do Atlético-PR, eu duvido que eles tenham passado por um adversário que fez quatro gols neles e sofreu apenas um. Isso é uma coisa inédita. Não sei se, na história deles, tem algum confronto que aconteceu isso. Infelizmente, nos tiraram a possibilidade de poder nos classificar, mas eu estou muito orgulhoso dos atletas – afirmou o treinador.
Enderson relatou as dificuldades que sua equipe teve durante a partida por causa da grama sintética da Arena da Baixada, até mesmo com cobranças de escanteios que não ganhavam altura. Ele também falou sobre o lado emocional no momento da cobrança de penalidades, em que o Atlético-PR foi superior.
– Acho que é o emocional, um fato muito importante. Você sabe quantos escanteios que os nossos jogadores bateram que a bola não subiu? Será que eles erram tanto assim? Não. É porque a bola não fica sobre um espaço que a grama natural tem. Ela fica sobre um espaço duro, que é difícil de levantar a bola. Atleta de alto nível, quando você está em uma grama mais baixa, mais seca, isso tudo faz diferença. É adaptação. Bater pênalti para eles também aqui é tenso. A batida tem que o costume de ser mais no meio, às vezes pega mais em baixo, sobe, vai mais baixa… Também tem isso. Não é loteria no sentido de que as coisas acontecem. Tem competência, o lado emocional, e uma parcela de sorte também.
Para parar o Atlético-PR, Enderson montou uma estratégia em que praticamente abdicou de trocar passes para apostar nas ligações diretas. O objetivo era deixar os paranaenses longe da meta do goleiro Douglas.
– Acho que muita gente esteve preparado para jogar pedra no Enderson porque colocou três volantes…. Aqui a gente também estuda futebol. Eu estou nisso há vinte anos. Eu sabia o que fazer aqui dentro para fazer o atlético sentir dificuldade no jogo. Você não sabe a dificuldade que é para um atleta profissional jogar num campo sintético. É outro jogo. A gente teve que se adaptar ao posicionamento, tirar a bola do nosso campo. Não é um jogo bonito plasticamente, mas é eficiente, e foi assim a gente conseguiu reverter essa vantagem, e por muito pouco a gente poderia ter classificado também – disse.
O Bahia agora volta suas atenções somente para o Campeonato Brasileiro, afinal a luta para chegar aos 45 pontos e garantir permanência na Série A continua. Neste domingo, a equipe enfrenta a Chapecoense, na Arena Fonte Nova.
Confira outros trechos da entrevista de Enderson Moreira.
O fardo dos volantes
-Vocês viram o Bahia em cima deles. Tem muita gente que fala: “Ah, vai para cima deles”, “tira os volates”. Vou te falar uma coisa: eu tenho dó de quem joga de volante. Ô função maltratada nesse país. Lá fora os caras valorizam os volantes. O Xavi, que joga muito, o Busquets que joga demais, e aqui a gente mete o pau nos caras. São jogadores profissionais, tem qualidades técnicas. A função deles não quer dizer que não tem qualidade de jogo. A função deles está muito mais ampla do que antigamente. Antes era um cara que marca, mas todos hoje têm qualidade de jogo, trocam passes, chegam na área, então assim: queria enaltecer todo o departamento de futebol do Bahia, que nos oferece todas as condições de poder vim aqui e fazer o jogo que nós fizemos. Estou muito orgulhoso do torcedor, do clube. Chateado pela eliminação, mas tenho muito orgulho pelo o que eles fizeram aqui hoje. Hoje foi um dia que me diverti bastante à beira do campo. Isso sem poder treinar muito. Fizemos um único treinamento ontem. O Bahia tem 67 jogos. A gente não teve possibilidade de poupar jogar no sábado, não estamos com folga no brasileiro. O que eu faço sempre é colocar os que estão em melhor condição para o jogo. Depois que inicia a gente pode pensar em alternativas, mas o estudo que é feito, é com critério. Não tem invenção. Eu faço aquilo com base nos dados que eu tenho, com minha experiência no futebol. Acho que é importante para o clube e foi assim sempre. Hoje nós demonstramos a importância que nos demos para competição. Jogamos com alma, com determinação… se você for pegar o GPS do que esses caras correram hoje, é uma coisa absurda. É de tirar o chapéu. Infelizmente fomos eliminados.
Orientação do intervalo
– Mesma coisa: eu sei que é difícil manter a marcação, mas assim que tiver os gatilhos, esse momento sobe, nesse momento sobe. Não vamos colocar o time lá atrás, porque o time do Atlético-PR tem muita qualidade nos cruzamentos da intermediaria. Nós tiramos isso constantemente. Jogamos o time do atlético o mais longe do nosso gol, e essa foi nossa ideia.
Elogios ao grupo
– É o que a gente tem de expectativa, cara. Terminar bem o brasileiro, porque o Bahia tem jogado bem, tem enfrentado os adversários com uma postura gigantesca. Não é um time reativo, que joga só para trás, se defendendo, é um time que sabe o que fazer. Não canso de enaltecer esse grupo. É uma coisa especial para mim. Eu tenho tanto orgulho deles, cara… Mas é tão orgulhoso… eu tenho falado com eles. Eu tenho mais falado do que treinado. Eu falo para eles e eles conseguem fazer, cara. Eu fico espantado com a dedicação deles. Muito me orgulho e espero que o torcedor reconheça isso. Não foi fácil; a gente veio para quebrar um momento especial do Atlético e a gente tem que valorizar isso. Poderíamos ter saído classificados e seria merecido, mas a gente entende que é aquela sorte de campeão. Aquele negócio de fazermos quatro gols e apenas um ser validado.
Postura do Bahia
– Eu acho que fizemos partidas maravilhosas. Eu acho que a postura foi muito boa para esse tipo de jogo. O Bahia é um time que sabe tocar a bola, Bahia é um time que sai jogando, que argumenta o jogo, que tem posse de bola, que tem transição, tem que velocidade. A gente já fez ótimos jogos aí, e as vezes o resultado escapa de alguma forma. Hoje eu acho que foi o mais contraditório, porque todos acreditavam que a gente não teria a capacidade de poder fazer o jogo que nós fizemos.
O maior Portal de Notícias e Entretenimento de Cajazeiras e região. O que você gostaria de saber "A gente mostra todo mundo vê"
