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Geddel é transferido para ala de segurança máxima do Complexo da Papuda

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O ex-senador Luiz Estevão (ex-PMDB-DF), o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) e o ex-deputado Márcio Junqueira (PROS-RR), presos no Complexo da Papuda, em Brasília, foram transferidos nesta quinta-feira (19) para a ala de segurança máxima da penitenciária. A decisão da Vara de Execuções Penais do DF foi tomada após denúncias de que os políticos eram privilegiados com regalias na cadeia.

Estevão, Geddel e Junqueira estão agora em celas individuais de aproximadamente seis metros quadrados. O banho de sol também passa a ser individual – ou seja, eles não deverão ter contato com outros detentos.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do DF, os presos deixaram as celas coletivas, no Bloco 5, do Centro de Detenção Provisória (CDP) durante a manhã. As celas individuais ficam no Pavilhão de Segurança Máxima da Penitenciária do DF I (PDF I).

“Elas possuem água morna e vaso sanitário comum”, explica a pasta. Conforme o comunicado, o local não serve como isolamento, são celas comuns, porém, individuais. Os presos continuam recebendo, diariamente, quatro refeições e três horas de banho de sol. Também têm direito a visitas de familiares e advogados, diz a secretaria.

O que dizem as defesas

O advogado de Luiz Estevão, Marcelo Bessa, classificou a transferência como “absurda”, e disse que a medida impõe ao ex-senador “um regime que é próprio apenas para presos em regime disciplinar e diferenciado”.

“As condições do presídio e da cela para qual [Estevão] foi transferido são degradantes”, afirma Bessa.

A defesa de Márcio Junqueira diz que a transferência piora as condições de recolhimento do político, “que já são mais que degradantes”, e “atende ao objetivo de fragilizá-lo na busca de uma delação que já foi ofertada inúmeras vezes”.

Como ele é inocente e não tem o que falar, vamos continuar insistindo por sua liberdade, pois isso representa justiça”, afirma o advogado Roberto Bertholdo.

A defesa técnica de Geddel Vieira Lima classificou a decisão como “confusa e contraditória”, em nota assinada pelo advogado Gamil Föppel. Segundo ele, a sentença judicial admite que não havia materiais proibidos ou privilégios ao político e, mesmo assim, define a transferência de cela.

“A decisão acaba por lhe aplicar regime de cumprimento de prisão preventiva de gravidade assemelhada ao regime disciplinar diferenciado, em clara inobservância aos regramentos do Código de Processo Penal e Lei de Execução Penal”, diz o comunicado.

Buscas nas celas

No dia 17 de junho passado, a Polícia Civil do Distrito Federal fez buscas nas celas onde estavam o ex-senador Luiz Estevão e o ex-ministro da Articulação Política do governo Michel Temer, Geddel Vieira Lima. As buscas, deflagradas pela Coordenação de Combate ao Crime Organizado (Cecor) da Polícia Civil do DF e autorizadas pela Justiça, foram feitas a partir da denúncia de um preso.

Nas celas foram encontradas barras de chocolate, anotações que seriam de Geddel e pelo menos cinco pendrives – supostamente, de Luiz Estevão.

Esta não é a primeira vez que Justiça do Distrito Federal determina que o ex-senador Luiz Estevão fique isolado no Complexo da Papuda por “falta disciplinar”. Em janeiro de 2017, uma revista na cela do empresário e na cantina do bloco encontrou “diversos itens proibidos, tais como cafeteira, cápsulas de café, chocolate, massa importada, dentre outros”.

Condenações

Condenado a 26 anos de prisão, Luiz Estevão também é acusado pelo Ministério Público de ter financiado a reforma do bloco onde cumpre pena. Ex-diretores do sistema penitenciário também são acusados de serem coniventes. Segundo o MP, a reforma foi paga por meio de uma empresa de fachada.

Luiz Estevão cumpre pena desde março de 2016. A condenação a 31 anos de prisão foi imposta pela Justiça de São Paulo. Eles responde pelos crimes de corrupção ativa, estelionato, peculato, formação de quadrilha e uso de documento falso nas obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Como dois dos crimes – quadrilha e uso de documento falso – prescreveram, a pena final caiu para 26 anos.

Geddel Vieira Lima foi denunciado na operação Cui Bono e está preso em Brasília desde setembro – antes, ele passou três meses em prisão domiciliar na Bahia. Durante a investigação, a Polícia Federal descobriu R$ 51 milhões em malas e caixas em um apartamento atribuído a ele, em Salvador (BA).

Geddel foi indiciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de investigação. Ele está em prisão preventiva e ainda aguarda julgamento.

Márcio Junqueira é suspeito de comprar o silêncio de um ex-assessor que denunciou esquema de pagamento de propina a parlamentares do Progressistas (PP). O ex-deputado foi do PP e hoje é filiado ao PROS.

Ele foi preso no final de abril, em operação deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com a Procuradoria Geral da República para investigar a suspeita de obstrução de Justiça.

fonte G1

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