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Partido de Bolsonaro faz coligação com cantor crítico a militares

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Militares candidatos a deputado estadual e deputado federal pelo PSL da Bahia enviaram reclamação formal à presidente estadual da legenda, Dayane Pimentel, por causa da coligação feita com o PHS, partido que tem como principal puxador de votos o cantor de pagode Igor Kannário, defensor da legalização das drogas e crítico da Polícia Militar.

Eleito vereador de Salvador em 2016 com mais de 11 mil votos e candidato a deputado estadual nas eleições 2018, Kannário já foi preso diversas vezes por porte de maconha e é conhecido por ataques públicos à PM baiana, a quem ele acusa de persegui-lo e de supostamente agredir seu público em shows musicais e no Carnaval da capital baiana.

“Isso é abuso de autoridade, é falta de respeito com a população. Eles não podem agredir a população”, disse Kannário, de cima de um trio elétrico, durante sua passagem pelo circuito oficial da folia em 2018, no entrevero mais recente dele com a PM baiana.

Apesar do conflito ideológico, o PSL coligou-se com o PHS nas eleições proporcionais baianas visando aproveitar o potencial de votos do cantor – o que gerou insatisfação de um grupo de militares candidatos ao Legislativo que, por admiração ao presidenciável Jair Bolsonaro, entraram para a sigla recentemente.

Muitos deles são ligados também a igrejas evangélicas, e temem que seus votos ajudem a eleger Kannário ou ter imagem associada ao artista.

O capitão da PM Alden José (PSL), que disputará uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia em outubro, relata que um dos motivos para a aliança foi a necessidade do partido de cumprir a regra que estabelece cota mínima de 30% para candidaturas femininas.

Sozinho, o PSL não alcançaria a marca, que acabou sendo cumprida com a coligação firmada com PHS, PPS e PRTB. “Infelizmente, por causa dessas regras, essa coligação aconteceu. Mas não agradou a ninguém”, disse o militar ao Estado.

Cuidadoso ao comentar o assunto, o capitão admitiu que os votos do cantor Igor Kannário podem ajudar a formar um quociente eleitoral elevado e, consequentemente, eleger militares. Ainda assim, diz ele, um comunicado dos ‘revoltosos’ foi enviado à presidente do PSL, cobrando posição contrária da legenda à coligação.

Defensora de Bolsonaro nas redes sociais e candidata a deputada federal, a professora Dayane Pimentel assumiu o partido em fevereiro deste ano, após a confirmação da candidatura do capitão da reserva à Presidência da República pela sigla.

Até então, o PSL fazia parte do grupo de sustentação do governador da Bahia, Rui Costa (PT), e tinha entre seus quadros parlamentares como o ex-presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Nilo (hoje no PSB) e o vereador licenciado José Trindade (hoje no Podemos), entre outros. Todos deixaram o partido após a entrada de Bolsonaro e a guinada da sigla à direita.

Contatada pela reportagem, Dayane Pimentel não atendeu as ligações nem respondeu as mensagens. Ela declarou recentemente, contudo, que “essa será a primeira vez que Kannário ajudará a eleger homens de bem”. A afirmação foi reproduzida nas redes sociais dela.

Procurado, o vereador Igor Kannário informou que não irá comentar o assunto.

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